Devocional dos alunos da Escola de Liderança da AMME para Adolescentes e Jovens. Esse devocional deve ser feito no dia 10 de dezembro. Leia o texto, medite sobre as perguntas no final e ore. (15 minutos de leitura)
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Você não precisa ser um missionário, se você for um bom zootécnico já estará agradando a Deus. Nossos jovens estão ouvindo mentiras como essas de quem lhes deveria ensinar a verdade. Esse é o resultado da influência humanista na Igreja: temos um culto neo-pagão, centrado no bem-estar das pessoas e não na satisfação da vontade de Deus. As pessoas vão à igreja para obter ajuda na realização de seus desejos e sonhos. Esse não é o Evangelho do Reino, esse é o sibilo da antiga serpente. Qual é a verdade bíblica sobre vocação? Quem chama e para que são chamados? O texto que vamos estudar responde a essas perguntas de um modo que se opõe aos fariseus e saduceus desses dias. Prepare-se para sair de sua zona de conforto, você vai ser atirado na Seara, para fazer a vontade de Deus e não a sua.
A Palavra de Deus: Mateus 9:35-10:4
35 Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. 36 Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. 37 Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita”.
1 Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e curar todas as doenças e enfermidades. 2 Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu.
[V] A colheita é grande
Alguns comentaristas incluem esta passagem já como parte do segundo dos cinco blocos de discurso no Evangelho de Mateus, cada um precedido por um bloco de narrativas. Como já disse antes, vejo que o segundo bloco de narrativas, que contém nove milagres divididos em três grupos de três, os têm intercalados por histórias relacionadas com vocações. A passagem sobre vocação que temos é de estrutura bastante semelhante às outras duas (8:18-22; 9:9-17). Portanto, é mais apropriado considerar o início do segundo bloco de discurso com a frase “Jesus enviou os doze com as seguintes instruções” Mt 10:5. Os ensinos serão sobre o trabalho dos vocacionados e é para isso que a narrativa nos preparou.
O resumo do ministério de Jesus na Galileia que Mateus apresenta aqui é bem semelhante ao que fez no final da primeira narrativa (Mt 4:23-25). Lá ele descreve o trabalho de Jesus com praticamente as mesmas palavras, com a intenção de mostrar que o Reino dos céus é a essência da mensagem e do ministério de Jesus. Aqui, ele pretende introduzir as vocações e o trabalho dos vocacionados como a continuidade da mesma mensagem e ministério.
- Como Mateus resume o ministério de Jesus na Galiléia? 35 Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. O evangelista usou quatro verbos para descrever o ministério de Jesus: gr. periagó, que significa ir por toda a volta, reforçado pela ideia de que todas as cidades e povoados; gr. didaskó, derivado do verbo aprender, portanto causar o aprendizado nos locais de reunião dos judeus; gr. kérussó, proclamar o Reino como faria um porta-voz real; gr. therapeuó, derivado do termo para servo, traz a ideia de servir ou ministrar ao enfermo. Esses são os mesmos verbos que Mateus usou em Mt 4:23. Eles mostram Jesus indo até as pessoas onde quer que estivessem, usando de diversos recursos para cumprir sua missão, assumindo a posição de servo.
- Qual era a percepção missional de Jesus da situação e da necessidade das pessoas? 36 Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. O verbo traduzido como ver, especialmente no tempo em que está conjugado no original, tem o significado de perceber, ou seja, ver de modo a entender. Ao entender as multidões, Jesus teve compaixão delas, e aqui o termo utilizado é o gr. splagchnizomai, derivado da palavra ‘entranhas’, as partes moles do tórax, considerada a sede das emoções (como em um aperto no coração, um frio na barriga, a falta de ar, um nó no estômago etc.). Jesus se emocionou ao ponto de sentir isso fisicamente. O que causou tal emoção é que as pessoas estavam gr. skulló, isto é, esfoladas, em carne viva, e gr. rhiptó, lançadas fora ou espalhadas. A causa do sofrimento e da perdição das pessoas é definida como a falta de um pastor que as protegesse e liderasse. Andando por todo o lugar, Jesus viu todo o tipo de enfermidade, muita pobreza, violência, injustiça e os efeitos da dominação romana, mas o problema que ele apontou e para o qual ele buscou solução é a falta de liderança, a falta de governo, a falta do Reino.
- Como Jesus avaliou o problema e que solução ofereceu? 37 Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita”. É interessante notar que a primeira figura, ovelhas feridas e perdidas precisando de liderança, poderia dar o falso entendimento de que o ministério de Jesus se centrava nas necessidades das pessoas. A segunda figura modifica completamente isso. Na figura da colheita, as pessoas devem ser trazidas para o Senhor, o ministério se concentra em satisfazer a ele. As pessoas continuam feridas e perdidas porque faltam trabalhadores. O termo usado no original indica um trabalhador que realiza uma tarefa, o foco é o resultado. Tais trabalhadores devem ser enviados pelo Senhor; curiosamente o termo no original traz a ideia de ‘ejetar’, tirar de sua posição e atirar ou lançar para outro lugar. Esses trabalhadores que realizarão a obra seriam tirados de uma posição de conforto para serem lançados na colheita, mediante a súplica dos ouvintes. Esse é outro termo peculiar, visto que a base do termo indica necessidade e amarra, ou seja, é o resultado de alguém que se sente necessitado ou preso a uma situação, por isso clama.
- Como Jesus agiu a partir de sua proposta de solução? 1 Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e curar todas as doenças e enfermidades. O verso anterior poderia dar a ideia de que o clamor por trabalhadores viria a partir da percepção da necessidade, que o clamor seria o ponto inicial. Mas não é isso que Jesus demonstrou. Ele chamou discípulos, pessoas que se esforçavam para aprender, que estavam interessadas em serem preparadas, às quais o Senhor vinha se dedicando. Portanto, o clamor por trabalhadores estava dentro de um contexto vocacional mais amplo. Além disso, a expressão traduzida como “Chamando seus doze discípulos” é, literalmente, ‘Chamando para sí’. O verbo chamar aqui tem a preposição ‘com, em direção a’ como prefixo. O chamado dos que foram enviados foi primeiro para Cristo e depois para a seara. Quanto à autoridade inerente para libertações e curas, seu aspecto miraculoso e extraordinário, tanto no ministério de Jesus como dos discípulos, não permite que sejam confundidas com um serviço às pessoas. Jesus explicou a importância desses milagres a João Batista (Mt 11:2-6), e a mesma função é indicada aqui. Quando expuser aquele texto nos aprofundaremos nesse tema.
- Como Mateus relacionou os discípulos chamados por Jesus? 2 Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu. As listas dos discípulos que se tornaram apóstolos (Mc 3:14-19; Lc 6:13-16; At 1:13) são sempre alvo de cuidadosos arranjos dos evangelistas e mostram plena consistência. Na passagem paralela de Mc 6:7, o evangelista Marcos relata que Jesus os enviou de dois em dois; Mateus relaciona seis pares, possivelmente as duplas enviadas. No primeiro quarteto cada dupla de irmãos foi liderada pelo irmão mais velho. Na quarta dupla um discípulo conhecido pelo ceticismo lidera outro que fora adulador dos romanos, na sexta dupla, um revolucionário lidera um traidor. Todo o tipo de gente se tornou discípulo de Jesus, foi chamada e enviada. Pelo menos um falhou completamente.
[O] Os trabalhadores são poucos
O que é necessário para ter a percepção correta quando olhamos para as pessoas e, depois disso, sentir a emoção correspondente? Poucos veem as pessoas enquanto andam pelas cidades e vilas. Dos que veem as pessoas, poucos percebem o quanto estão feridas e perdidas. Desses, menos ainda entendem que o que lhes falta é o Reino. Quem então, sente as entranhas se moverem com a mesma dor que aflige as ovelhas perdidas? Quem reage a isso procurando oferecer obreiros que tragam tais pessoas ao celeiro de Deus?
- Motivação: a percepção e a reação emocional de Jesus quando viu as pessoas que encontrou enquanto ia pelas cidades e vilas. O Senhor foi motivado a partir do contato pessoal com a realidade das pessoas a quem ensinava, pregava e servia. A correta percepção de que as feridas e perdição em que as pessoas se achavam era falta de liderança, falta do Reino, e o profundo sentimento que isso lhe causou, moveu-o à ação.
- Ação: instruir seus ouvintes para a busca intensiva de trabalhadores capazes de realizar a colheita e ajuntar as pessoas para Deus. Toda a seção narrativa foi organizada para tratar da vocação daqueles que devem atender à missão divina. Este texto culmina a cuidadosa construção iniciada no capítulo 8 e nos prepara para o discurso de comissionamento do capítulo 10. Existe uma obra a ser feita e é necessário que as pessoas sejam tiradas de sua zona de conforto e lançadas à missão.
- Reação: Jesus reagiu à própria instrução, conforme Mateus, chamando a si os 12 discípulos que estivera preparando, para enfim enviá-los em missão. Desse modo, somos exortados e aprendemos, não somente pela palavra, como também pelo exemplo de Jesus.
[S] Peçam, pois, ao Senhor
É triste ver que o engano do maligno está desconstruindo a estrutura missionária da Igreja moderna. Aos jovens se diz que qualquer carreira pode agradar a Deus; aos obreiros se diz que devem trabalhar secularmente para manter o próprio ministério. Essa nova missiologia, porém, não é resultado da percepção da realidade das ovelhas perdidas e da compaixão consequente; é produto do mundanismo e da avareza. Aqueles que creem na Palavra de Deus haverão de rogar ao Senhor da seara que arranque pessoas de suas posições de conforto para lançá-las como trabalhadores que realizem a colheita. Essa é a vocação do Reino.
- Diminuir: nosso conforto e passividade. Jesus poderia ter se estabelecido em um grande centro e esperar confortavelmente que as pessoas viessem a ele, da mesma forma como muitos crentes esperam em suas igrejas. Mas, não! O Senhor foi por todo o lugar, de cidade em cidade, de vila em vila, encontrando as pessoas para ensinar, proclamar e experimentar o Reino dos céus. Depois ele nos disse para orar para que trabalhadores sejam tirados de sua posição e lançados nessa obra, e fez isso mesmo com seus discípulos. Você está saindo de sua zona de conforto e circulando por onde estão as ovelhas perdidas?
- Aumentar: percepção correta. Muitos de nós, influenciados pelo humanismo, vemos a pobreza, a injustiça social, as enfermidades, a fome, a violência, mas não percebemos que as pessoas são como ovelhas sem pastor e o que precisam é do Reino, do governo de Deus. Não entendemos que nossa missão é colher as pessoas da realidade mundana em que estão e trazê-las para o celeiro de Deus, para que vivam sob o governo dele. Você tem a percepção divina da causa do sofrimento das pessoas e entende realmente qual é a missão divina confiada a nós?
- Dividir: compaixão. Em um mundo de crescente individualismo egoísta e egocêntrico, sentir as entranhas se comoverem por causa do sofrimento e perdição dos outros não é comum. Isso exige a generosidade de sentir não por si mesmo, mas pelos outros. É preciso um coração aberto para ser impulsionado pela compaixão, por sentir a dor que os outros sentem e então clamar a Deus como se a necessidade fosse nossa. Você tem aberto o seu coração para sentir a dor dos outros? A compaixão motiva você?
- Multiplicar: ouvir o chamado e chamar a outros. Jesus chamou a si os discípulos que ele estava capacitando. Esse foi o terceiro chamado. Primeiro eles conheceram e creram em Jesus na Judeia. Depois eles foram chamados para aprender e serem feitos pescadores de homens. Agora eles eram chamados para serem enviados. Em cada um desses chamados foram necessárias renúncias e esforço. Finalmente, cada um deles também chamou a outros para os mesmos estágios e assim o Reino se multiplicou. Você já ouviu e atendeu aos três chamados? Você já começou a chamar outros?
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Escola de Liderança para Adolescentes e Jovens
De 6 a 20 de janeiro em Ibiúna – SP
Encontro de Apologia Bíblica para Jovens
De 2 a 5 de março em Campina Grande – PB
Eu ouvi pastores dizendo à suas ovelhas que o campo missionário não precisa de missionários, mas de médicos e professores. Dói na alma da gente ver pessoas ensinando coisas que Jesus não disse.
Existe uma crise vocacional muito grave. Os jovens não sonham mais com Missões; eles querem ser bem-sucedidos, profissionalmente. Ainda há tempo de mudar isso.
Esse texto está fazendo minha alma chorar. 🙁
Sou muito grata por esse Devocional.
Um dos grandes problemas que ocorreu na minha igreja esse ano foi a questão da zona de conforto. Infelizmente os interesses pessoais se tornaram centralidade e Cristo não era mais aquele que governava e sim o trabalho, a faculdade, o cansaço e etc… tivemos pouquíssimas pessoas participando ativamente da evangelização na comunidade e muitos irmãos soltando a mão do arado e olhando para trás.
Estou vivendo essa fase:
“Aqueles que creem na Palavra de Deus haverão de rogar ao Senhor da seara que arranque pessoas de suas posições de conforto para lançá-las como trabalhadores que realizem a colheita. Essa é a vocação do Reino.”
As pessoas a cada dia tem sigo mais egocentrísticas e Satanás tem usado de meios sutis do tipo “nada haver “. Não só sair da igreja pra ir as pessoas na forma de evangelizar, mas temos perdido a cada dia de a sensibilidade de dar uma carona pra pessoas irem a igreja, visitar amigos hospitalizados, de orar com pessoas que tem passado dificuldade.
Hoje a frieza não em sido apenas com as pessoas de fora da igreja que deveria ser nosso foco na proclamação do Reino, mas dentro de nossas igrejas não temos sido parecidos com Jesus, temos olhado apenas pro nosso EU e nos satisfazer nos eventos (programações).
Algo que marcou esse devocional ” Mas, não! O Senhor foi por todo o lugar, de cidade em cidade, de vila em vila, encontrando as pessoas para ensinar, proclamar e experimentar o Reino dos céus. Depois ele nos disse para orar para que trabalhadores sejam tirados de sua posição e lançados nessa obra, e fez isso mesmo com seus discípulos”
Esse texto é muito forte, mas é necessário para que aprendamos a ter compaixão dos outros e assim fazer o reino dos céus se expandir na terra.
Muitas vezes o que nos falta é esse amor pelas pessoas. Nós olhamos para as pessoas ao nosso redor e nos conformamos com a sua situação, e assim esquecemos que elas estão vivendo sem o governo de Deus e por isso vão para o inferno e nós estamos só observando, então que com esse devocional nós possamos ficar mais atentos às pessoas ao nosso redor, para que possamos levar a palavra da verdade e assim elas possam ser salvas.